A sexta-feira, 28 de abril, foi um dia
histórico para os movimentos sociais brasileiros. Dia em que grande parcela da
população foi às ruas demonstrar o seu repúdio e refutar as propostas
retrógradas do governo ilegítimo de Michel de Temer.
Em Caririaçu também poucas centenas de
pessoas foram reivindicar a manutenção dos seus direitos. Para uma população
que se aproxima de 30 mil habitantes, o número de manifestantes pode ser
considerado baixíssimo, ainda mais que praticamente todos eles no futuro sofrerão
na carne as propostas do governo golpista, se elas forem aprovadas pelo
congresso nacional.
Por outro lado, esse número pode
representar um embrião para que a população possa resistir e lutar por seus
direitos e não ficar passivamente, apenas aplaudindo seu ídolo político local
quando é convocado.
Mas um outro fato chama a atenção, tanto
é que serviu de mote para alguns discursos no ato público. O fato do comércio
local não demonstrar o mínimo interesse em participar e fazer coro contra as
reformas do presidente golpista.
Enquanto, praticamente todos os órgãos
públicos paralisaram suas atividades, o comércio de Caririaçu abriu suas portas
e demonstrou pouco caso com as manifestações. Até parecem, os comerciantes, que se acham uma
casta diferente do povo, dos inconformados.
E isso revela um fato preocupante, que
preocupa para um futuro próximo. Isso porque, como é sabido de todos, o
comércio de Caririaçu sobrevive dos servidores públicos municipais e
principalmente dos repasses federais para a população, entenda-se, aposentadoria
e bolsa família.
Com a reforma implementada, poucos serão
os que conseguirão adquirir o benefício, trabalhadores rurais, a maior parcela
de nossa população, serão menos ainda. Então o poder de consumo da população
diminuirá consideravelmente.
Outra coisa, é comum ouvir dos
comerciantes locais que o governo deveria extinguir o bolsa família. Segundo
alguns, o programa é uma indústria de vagabundagem e só serve para gerar
indolência e passividade aos beneficiários. A reclamação revela um saudosismo
de quando a população diretamente beneficiada vivia na pobreza e extrema e
aceitava qualquer espécie de trabalho para ganhar uma ninharia.
Pois bem, acabando-se o bolsa família e
quase extinguindo a aposentadoria, quem dará fluxo ao comércio local? A quem os
comerciantes venderão as mercadorias?
Você comerciante de Caririaçu e que não se interessa pelas reformas da classe política que tomou o poder de assalto e deu um golpe na democracia, será que
Michel Temer e seu séquito virá fazer sua feira no seu comércio? Não, né! Então
lute também para que esses benefícios sejam preservados. É questão de
sobrevivência da sua fonte de renda.Ou então veja seu comércio se esvaziar num futuro nem tão distante assim.