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segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Câmara Municipal de Caririaçu Hoje

Casa lotada. Foi assim a reunião na Câmara Municipal de Caririaçu no dia 6 de dezembro de 2011.
Pena que boa parte das pessoas presentes não foi para ouvir o que a edilidade tinha para dizer. Esses imbecis vão só para tumultuar o ambiente e para isso contam com a cumplicidade dos vereadores, que proferem suas palavras com o intuito de agredir os adversários e regozijar os correligionários.
Nessa sessão foi tratado da renovação de contrato dos servidores.
A oposição quer a realização do concurso público, já à situação diz que não é necessário, pois isso traria o desemprego a muita gente necessitada e que os caririaçuenses não estão preparados para galgar o processo seletivo.
Até certo ponto é verdadeiro o argumento da situação: os servidores são pessoas pobres e que precisam desse emprego. Porem dizer que não realizaram o concurso ainda porque nós somos um bando de ignorantes, é assumir a própria incompetência. Incompetência sim, porque se não estamos preparados para fazer uma simples prova escrita é porque não temos educação de qualidade. Para mudar isso, o que faz a gestão municipal?
Mais uma coisa: dizem que o progresso finalmente chegou a Caririaçu. É verdade, a construção civil está aí para provar isso. Nunca se fez tantas edificações em nossa cidade como na época atual. Todavia, ninguém se alimenta só de concreto e asfalto não.
Esse é o progresso? Um progresso que não gera emprego algum e tem que os politiqueiros estarem se digladiando em plenário?
Mas o pior foi ver algumas pessoas quererem agredir fisicamente alguns vereadores. Cena detestável.
Nenhuma ideologia está acima da vida, assim a violência é fruto da ignorância do povo. Quando não se tem conhecimento e argumento, o ser humano manifesta a sua burrice: tenta convencer através da violência.

terça-feira, 29 de novembro de 2011

História da ocupação e formação da Vila Miguel Xavier

Antes da próxima postagem faz-se necessário uma pequena introdução: em respeito aos nossos leitores que escolheram a postagem futura, devemos uma explicação! É com uma honra imensurável que recebi o pedido para ser postado nesse mísero blog, um texto muito valioso para a história da nossa cidade e especialmente do Distrito de Valença. Assim, amigo leitor, esse texto não pode ser submetido à votação, ele tem que ser logo publicado e você terá mais alguns dias para escolher o próximo texto. Isso vale para quem tiver um texto que queira expor é só entrar em contato que teremos o maior orgulho do mundo em posta-lo.
Muito obrigado pela compreensão!

Por Prof. Cristiano Gomes Lopes
Para entender o processo de ocupação de que hoje e a Vila Miguel Xavier, deve-se também fazer referencia a ocupação do Cariri com um todo, pois foi a partir daí que a história começa a tomar rumo à formação dessa Vila.


O processo de fixação humana no Cariri inicia-se no final do século XVII com o ciclo do couro intensificada as margens do Rio São Francisco e seus afluentes que futuramente se transformaram nas sesmarias concedidas na época do segundo império, os primeiros colonizadores brancos constam como tendo sido formados por agentes da Casa da Torre (Bahia), seguidos de pernambucanos e sergipanos, ocupando terras localizadas no Riacho dos porcos (Brejo dos Santos), no extremo sul da Capitania. Muitos alcançaram esse riacho e daí se bifurcando para o Jaguaribe, ou penetrando nos terrenos férteis ao sopé do que seria a Chapada do Araripe. Alguns vieram pelos caminhos do Riacho do Pajeú (Pernambuco) ou o riacho da Brígida, afluente do São Francisco. No lado pernambucano, surgem povoações, fundadas por capuchinhos (Exú), em 1705, tendo apenas a serra do Araripe de permeio, a separá-la do lado cearense, no local onde se fundou a missão do Miranda que, depois, quando vila, recebeu o nome de Crato. Foram criadores, que atravessaram ínvios sertões em busca de pastagem para o gado, e com a ânsia de disseminar a criação, pioneiros da colonização caririense. Essa descida terá ocorrido por volta das décadas finais do Século XVII, época em que se registra a presença do colonizador branco nas terras até então ocupados somente pela raça nativa.
Na primeira década do Século XVIII ou, precisamente. Nos anos de 1702/1704, tem-se como primeiro cessionário de terras no Cariri o sesmeiro rio-grandense (Norte), Manuel Rodrigues Ayrosa. Sua posse situava-se na gleba São José, no vale denominado de Lagoa do Ayrosa, entre as cidades que posteriormente se denominariam de Crato e Juazeiro (Sítio São José)
Em períodos seguintes, porém quase simultaneamente, chegam à região outros desbravadores dos quais se destacam o Coronel Antônio Mendes Lobato e Gil de Miranda, que muito viriam contribuir em prol dos avanços da colonização. A partir de 1714, quando os investidores pernambucanos e baianos iniciam suas descidas, formando contingentes mais numerosos, o imenso Vale do Cariri passa por sucessivas divisões, em povoamento rápido e altamente produtivo.
Onde a colonização dessa religião se deu com a criação de gado e o cultivo da cana de açúcar e um principio de mineração e a exploração e dizimação dos nativos (índios Kariris) onde hoje são os municípios de missão Velha, Crato e Barbalha.
Foi justamente em busca de terras para explorar que por volta de 1830 se instalaram no sítio Salamanca (hoje Barbalha) vários portugueses e seus descendentes, entre eles Miguel Henrique Xavier de Oliveira e um irmão de nome não apurado nessa pesquisa, onde os mesmos estavam tentando adquirir sesmarias doadas pelo Império. Sem obter muito êxito na aquisição da Sesmaria desejada, o senhor Miguel Henrique Xavier de Oliveira deixou seu irmão no sítio Salamanca e veio com a esposa e alguns escravos tomar posse de uma grande propriedade de terras situada as margens do rio Jenipapeiro cerca de 50 km de sua antiga morada.
Nessa propriedade, Miguel Xavier tratou de criar gado e cultivar mandioca e cana de açúcar, prosperando e se tornando figura importante nessa época, pois, conquistou o título de Deputado Provincial sendo eleito em 1842 atuando na Vila Real do Crato.
Durante o período da Guerra do Paraguai (1964 a 1870) a província do Ceará mandou para o combate quase dez mil homens sem nenhuma experiência militar para o confronto, e para fugir do recrutamento muitos sertanejos procuravam proteção a Miguel Xavier que lhes dava comida e abrigo em troca de seus serviços, desenvolvendo uma espécie de servidão, pois esses trabalhadores não eram remunerados e desempenhavam o papel de servos construindo açudes, casas e rústicas estrada. Assim dezenas de pessoas recebiam proteção em troca de sua servidão, pois mesmo estando no período escravista, os protegidos de Miguel Xavier não eram escravos, se tratando de brancos e mestiços.
Acabada a Guerra do Paraguai, D. Pedro II cria a Guarda Nacional surgindo os Coronéis do sertão, mas um fato curioso foi o de Miguel Xavier passar a ser chamado de Major ao invés de Coronel.
Por ter conhecimento de topografia. O “Major” Miguel deu o nome de sua propriedade de Sítio Caatinga redonda, devido a sua vegetação e por existirem dois riachos (riacho da caatinga redonda e riacho do pia) que nasciam em um mesmo ponto e faziam seus trajetos até desaguarem no mesmo rio (Jenipapeiro), sendo esse trajeto arredondado.
Por volta de 1875, o Sítio Caatinga redonda contava com uma “casa grande”, uma capela, um cemitério e algumas taperas de barro onde moravam os escravos e agregados do Major Miguel, pois não havia senzala.
Com o trabalho dos escravos e dos homens abrigados pelo major, a Caatinga Redonda começa a se transformar em um pequeno povoado e perdendo as características de fazenda e tomando forma de um embrião urbano, sendo que sua economia baseava-se agora no cultivo de algodão e na agricultura de subsistência existindo nesse período uma casa comercial (bodega), uma casa de farinha e um engenho localizado no que hoje é conhecido co Sítio Saco que na época era incorporado as terras do Major.
Devido os vários caminhos abertos pelos braços dos negros e agregados do Major, a Caatinga redonda era passagem e alternativa para quem vinha do Sitio da Venda (Futura Aurora) e Missão Velha e ia para São Pedro do Crato (Caririaçu) e o Crato.
Depois de se chamar a Caatinga redonda, em 1935 veio para o povoamento o vigário de São Pedro do Crato (Caririaçu) chamado Padre Chagas que, encontrou na localidade a casa grande (abandonada), a capela em total abandono junto ao cemitério que a circulava , tendo como moradores as famílias Eugênio, Batista e Gomes, uma vês que outra família como moradores morreram com a cólera, varíola e a fome e outras abandonaram o povoado para morar em Juazeiro.
Com muito trabalho o padre Chagas conseguiu fazer vários melhoramentos no povoado que passou a ter como padroeiro São Vicente Ferrer modificando o nome do povoado para Valença em homenagem ao santo, sendo que essa denominação não foi legalizada.
Nesse período aconteceram às missões por frei Damião que atraia gente de todas as localidades vizinhas e aos poucos a Valença tornava-se um lugar de muita oração com a fundação da confraria de São Vicente e as irmandades de Maria Nossa Senhora do Carmo.
A partir daí o povoado volta a prosperar com a vinda de outras famílias com o intuito de fixar residência. Nesse período a capela foi derrubada e erguida uma nova igreja (Igreja de São Vicente Ferrer) construída em cima do antigo cemitério que deu espaço para a praça que leva o nome do padre Cícero e o cemitério foi erguido próximo ao vilarejo, que nesse período já existia duas ruas.
Em 1951 através da lei 243/51 o povoado de Valença passa a categoria de vila e passa a se chamar Vila Miguel Xavier sediando o distrito que também levaria o mesmo nome, fato esse que homenagearia o fundador do povoamento mas, não agradaria a toda população da nova vila , pois muita gente ainda acredita na lenda do “Cão da Valença” que supostamente seria finado o Major Miguel, fato esse que deve ser esclarecido, uma vês que o major foi uma figura marcante na história local do povoado, e o conhecimento de sua biografia podem livrá-lo desse rótulo tão pejorativo.
Pela lei estadual nª 6511, de 05 de setembro de 1963, o Distrito de Miguel Xavier é desmembrado do Município de Caririaçu, sendo elevado a categoria de Munícipio, porem a lei estadual nª 8339, de 14 de dezembro de 1965 reintegra o distrito de Miguel Xavier ao Município de Caririaçu.
Muitos outros fatos permeiam a História da Vila Miguel Xavier, Fatos esses que serão mostrados futuramente em outras postagens.

Extraído integralmente do blog: http://loucoporhistorialocal.blogspot.com/

domingo, 20 de novembro de 2011

Casa do Pe.Cícero

O cearense do século XX foi vigário da Vila de São Pedro do Cariry nos fins do século XIX. Os anais da história comprovam esse fato.
A pequena vila cresceu e se tornou numa das principais cidades do sul cearense.
Porem esse crescimento vem atrelado a uma tragédia que quase ninguém percebe, em Caririaçu não se preserva nada.
Ultimamente tivemos um exemplo simbólico da destruição do nosso passado: quando o cearense do século foi o pároco da nossa cidade ele ficava hospedado numa casa próxima a igreja, localizada no cruzamento da Rua Grande com a Rua do Cemitério e lá foi instalada uma farmácia.
Alguém pode perguntar: o que tem de errado com isso?
Eu respondo de forma clara: primeiro não sou contra o capital estrangeiro (até porque não dá para fazer isso com esse neoliberalismo vigente, que está numa cruzada constante para auferir novos consumidores) e segundo poderia se fazer coisa bem melhor do que uma farmácia na casa que o Padre Cícero morou.
Outro individuo pode perguntar: que tipo de coisa é essa?
Primeira coisa é a gestão pública adquirir o imóvel já que ele é privado. Depois tenta reconstituí-lo aproximadamente como era quando foi usado pelo padre. Já pensou no volume de gente que essa simples atitude traria para Caririaçu e quanto de dinheiro elas despejariam na economia local?
Senhor prefeito faça alguma coisa alem de querer nos iludir com esse progresso visual que identifica a sua gestão(é preciso investir também nas pessoas e não somente em concreto)e vereadores, ilustres representantes do povo, é deplorável essa passividade de vocês.
Outrem diz: mas prefeitura não tem dinheiro para isso.
Mas para asfaltar as ruas tem. Asfaltar com o único objetivo de vendar os nossos olhos para os problemas existentes.
Outro transeunte indaga: mas será que os governantes ao menos sabem que o Pe. Cícero residiu naquele local?
Aqui é onde o bicho pega: se sabem é uma grande vergonha não fazerem nada. E se não conhecem, amigo leitor, não existe adjetivo para essa lastimável ignorância.

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

A Câmara de Vereadores de Caririaçu hoje

Atualmente as reuniões dos vereadores de Caririaçu, não aparentam ser um espaço para se discutir os problemas e as possíveis soluções para os problemas de nossa cidade. Muito pelo contrário: é uma balbúrdia, uma algazarra, uma verdadeira palhaçada, onde todos nós, o POVO, somos os palhaços. Somos assombrosamente ignorantes, para nós política significa um carro de som na rua, uma conta de luz ou de água paga por individuo eleito, entre outros. Não buscamos conhecimentos e “ficamos a mercê de quem foi eleito para trabalhar para nós, de nossos próprios funcionários”. O que aconteceu em 1º de novembro de 2011, em mais uma sessão da “câmara dos palhaços”, é um exemplo fiel do que está sendo dito aqui: começa-se pela troca de insultos, de acusações e os edis sabendo que nós somos iguais a um bando de animais numa estrada, nos estimulam a aplaudir ou vaiar as suas próprias mazelas. Sem citar nomes, mas tem um edil da situação que um verdadeiro fanfarrão, que acredito que a única “coisa boa” que faz, é faltar às sessões. Temos um presidente que não exerce a sua função, fica como uma marionete em seu lugar de destaque. E nós, o povo, de ignorantes que somos, somos usados explicitamente sem nem perceber. Meu Deus será que não vai ter nenhum dos descendentes de Adão para nos livrar das trevas.

domingo, 23 de outubro de 2011

Folha de Caririaçu

No último mês de setembro Caririaçu ganhou um novo veículo midiático, trata-se do noticioso impresso Folha de Caririaçu.
Houve-se um evento no Colégio Plácido para o seu lançamento e lá enfatizou-se que o folhetim estaria comprometido com a imparcialidade, a clareza, a honestidade e a verdade.
Já foram lançadas duas edições do jornal e o que se observa é que não há essa neutralidade que se falou tanto. Muito pelo contrário, existe explicitamente um direcionamento “político” para atacar a inoperância da gestão pública municipal.
As matérias apresentadas são pouco exploradas, não existe aprofundamento investigativo para as razões dos problemas, há apenas o julgamento parcial dos fatos abordados de maneira bem superficial. Até parece um outdoor da oposição e isso é manipulação, é subestimar aos leitores.
Para se ter a tal imparcialidade, o Direito nos ensinou uma regrinha básica: ouvir os dois lados, os prós e os contra.
Mas do meu ponto de vista existe uma explicação razoável para isso. Na cerimônia de publicação, o mediador afirmou que esse jornal só foi possível com a ajuda de um burguês bem conhecido da nossa cidade. Alguém em algum lugar disse acertadamente que a propaganda é quem faz o jornal. Eis aí a elucidação do fato: a mídia muitas vezes só é possível graças a patrocinadores[1], sendo assim o veículo midiático fica preso ao seu patrocinador, não podendo diferir de seus ideais marqueteiros. Destarte ele manipula, omite ou explora determinado fato.
Então esse empresário sendo o principal patrocinador do jornal e opositor declarado do atual administrador, é “normal” que esse jornal ataque a gestão atual para regozijo do burguês.
PS: Editores do Folha de Caririaçu, se quiserem direito de resposta, favor entrar em contato!


[1] Mas este pobre blog é uma prova de que a imprensa não necessariamente precisa de um patrocinador, a não que os editores além de informar também quiserem lucrar.

domingo, 2 de outubro de 2011

Rodovia Pe. Cícero


Boa parte da população serrana de Caririaçu acredita que a CE-385, a famigerada Rodovia Padre Cícero trará muitos benefícios imediatos e medrará progresso a nossa cidade.
Porem enganam-se as mentes que acreditam em tal fato. Pois, para se auferir progresso é necessário está preparado e ter uma infraestrutura mínima.
Essa infraestrutura não existe em nossa cidade.
Estaremos na trajetória de acesso a capital e o tráfego de carros transitando em nossas ruas pode perfeitamente trazer progresso à nossa comuna. Afinal éramos ”fim de linha” e agora estamos no olho do furacão.
Mas com já foi dito o “tão sonhado” progresso não cairá do Éden. Para que essa rodovia proporcionasse melhores condições de vida à nossa comunidade seria imprescindível termos hotéis, restaurantes, entre outras coisas básicas, ou alguém inferiu que termos veículos forasteiros despejando  fumaça em nossa cara é o tão almejado desenvolvimento?
Porém alguém diz que temos esses “elementos propulsores do progresso”. Mas é lógico que temos isso, só que de forma inibida, sem grandes investimentos, ainda rastejando!
Tudo bem que boa parte dos investimentos para preparar nossa cidade deve vir da iniciativa privada, mas a gestão pública municipal já fez o seu trabalho: asfaltou as principais ruas e instalou um tal de semáforo. Assim a cidade fica mais bonita, alguém diz, eu sinceramente não acho, mas tudo bem gosto se lamenta.
Para quem acredita que a cidade fica mais bonita com o asfalto, vou fazer uma comparação estapafúrdia: Caririaçu está parecendo uma pessoa que veste uma roupa limpa, fica com a aparência apresentável, porém não toma banho e exala um fedor dos infernos. Quem tem conhecimento sente a catinga invadindo as narinas. Todavia meu amigo, quem é ignorante se deleita com o mau cheiro.
O que se observa é que apenas aumentou o movimento no trânsito, tornando todos vulneráveis, motoristas e pedestres. Outro fator pouco observável: não fazia sentido falar em nossa cidade em poluição sonora, exceto em festividades, mas agora para se saber o que é isso basta indagar a um morador da Rua José Nogueira de Melo, principalmente se for próximo as “tão sonhadas tartarugas”.
Outra coisa: essa estrada está acirrando e tornando evidente ainda mais as contradições sociais do mercantilismo em nossa terra. Não entenderam? Então eu explico: está acontecendo no mundo inteiro uma onda chamada bolha imobiliária. Bolha Imobiliária? O que vem a ser isso? De maneira simplificada, isto significa que imóveis são comercializados bem acima dos preços que realmente valem. Destarte, quem tem dinheiro sai comprando e vendendo lotes e casas por aí aumentando assim o seu capital. O mesmo que está acontecendo em nosso Caririaçu.
Uma pergunta: quem é pobre e não tem moradia própria, o que faz numa situação dessas? Morre à míngua? Pois a tal bolha também encarece o aluguel. Continuando essa situação, pobre vai ter o “direito” de nunca ter nada e se não tem nada, sempre será nada, nesse mundo barbarizado pelo neoliberalismo! Contradições do modo de produção capitalista.

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Semáforo em Caririaçu

Não é de hoje que Caririaçu tem um trânsito caótico. Há tempos a nossa cidade apresenta problemas no tráfego de suas principais ruas, há inclusive, casos com vítimas fatais. E esse problema só vem aumentando com a explosão de vendas de motos[1].
Para piorar ainda mais essa situação o governo municipal, em meados de 2009, tem a “brilhante” ideia de asfaltar essas ruas. Não se satisfazendo, na segunda quinzena de agosto de 2011, tem o “invejoso” plano de instalar semáforos[2] nos principais cruzamentos da cidade. Esses cruzamentos foram: Carlos Morais e José Nogueira de Melo, Carlos Morais e Luiz Rolim e Carlos Morais e Luiz Bezerra.
Detalhe: pedestre não é para atravessar rua não, pois quando um sinal fecha de um lado, abre-se o outro do outro lado. Como os pedestres atravessarão as ruas? Já que os motoristas e pilotos não os respeitam, nem o sinal fecha pra eles atravessarem. Será que vamos ter que aprender a voar para poder cruzar uma simples rua?
Eis que surge uma pergunta: será que uma cidade com cerca de 26[3] mil habitantes (dos quais praticamente metade se encontram na zona rural[4]) precisa de ruas asfaltadas e com semáforos?
Acredito que 14 mil pessoas não necessitam de pavimentação asfáltica e sinais de trânsito.
Mas aqui aparece outra pergunta: já que não precisamos, por que asfaltaram nossas ruas?
Vou ser simples e direto: para nos enganar.
Quer uma explicação? Então lá vai: a classe política usa todo tipo de malandragem para conseguir respaldo perante o povo. E um desses principais ardis trata-se do progresso visual. Progresso ilusório, para nos iludir, pois esse não é o progresso que realmente necessitamos, ele só serve para alguns babacas dizerem: “oh prefeitão trabalhador”. Meu Deus quanto ignorância.
Porem um certo fulano diz: precisamos de ruas asfaltadas e sinalizadas sim, pois agora temos a Rodovia Pe. Cícero. Esse é um ponto importante. Todavia o que se vê até agora é que essa rodovia só trouxe problemas. Talvez a longo prazo ela traga o “tão sonhado” progresso, mas esse é um outro assunto.
Digo sem medo de cometer um erro e nem tampouco de ser refutado (pois não estou professando verdades, estou apenas querendo levantar discussão a respeito daquilo que nos interessa), que não carecemos disso, desse petróleo sob nossos pés.
Entretanto, alguns imbecis e que não sabem o que dizem (ou sabem até demais), afirmam que a cidade fica mais moderna. Mas este fato está alem da minha percepção. Não consigo entender como em plena era da discussão sobre sustentabilidade, poluição pode implicar em progresso. Outra coisa: nossa cidade é pequena e isto é fato, mas quer ser grande à força. Sendo assim, nem lucra por ser pequena e nem tampouco por ser grande.
Julgo eu que progresso seria: ter saúde de qualidade (com equipe médica bem aparelhada), educação decente e segurança confiável. Contudo, eis o que temos: prédios públicos feitos para servirem de unidades de saúde sem médicos e sem enfermeiros (verdadeiros elefantes brancos), educação deplorável e drogas ilícitas batendo a nossa porta pedindo pra entrar.
Amados e queridos irmãos caririaçuenses vamos ser mais críticos de nós mesmos, vamos ser protagonistas de nossa própria história, vamos deixar de serem marionetes nas mãos de quem administra a coisa pública (res publica). Vivemos numa democracia, mas ela só existe de fato quando a população tem consciência de seu papel, então vamos buscar alimento pra cabeça, vamos atrás de conhecimento.
Quando a população é ignorante fica no que está aí: a tirania de uma minoria esclarecida sobre uma maioria alienada. Porem essa maioria se julga conhecedora do bem e do mal e não conhece nem ela mesma. Vamos acordar do profundo sono da ignorância, só assim sairemos das trevas e da manipulação.


[1] Vende-se cerca de 1000 motocicletas por mês na Região do Cariri.
[2] Os semáforos foram instalados em 17 de agosto e começaram a funcionar dia 31 do mesmo mês.
[3] O Censo de 2010 apontou que nossa cidade tem 26.393 habitantes.
[4] 47%.

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Caririaçu na Revista VEJA

Em 27 de setembro de 1978 a revista Veja, principal noticioso impresso do país, dedicou duas páginas à nossa cidade na sua edição nº 525 daquela data. Isso mesmo ilustre leitor, a famigerada Veja dissertando sobre Caririaçu.
Em princípio trata-se uma publicidade do banco Bradesco[1].
A matéria cita Lampião e Pe. Cícero, tanto que este é o título da reportagem: AQUI LAMPIÃO NÃO ENTROU EM RESPEITO AO PADRE CÍCERO. Este foi inspirado numa fala do Pe.Vicente Alves Feitosa, que disse que Lampião realmente andou pelas cercanias da cidade e como respeitava muito o Pe.Cícero não adentrou nela[2].
A redação cita os principais produtos de nossa cidade na época, a saber: sisal, feijão, milho e algodão; e da dificuldade de escoá-los devido à falta de estradas. Cita também que a cidade já foi chamada de São Pedro. Fala de Afonso de Oliveira Borges[3] como sendo o habitante mais idoso da cidade.
A reportagem traz imagens históricas de Caririaçu. Tentou-se nelas retratar bem a cidade na época, mostrando o pouco progresso.
1ª Página
Uma curiosidade é que o prefeito da época, Raimundo Bezerra Lima, já tinha planos de desenvolver a indústria do turismo em nossa cidade, aproveitando se da vinda de fiéis para cidade vizinha de Juazeiro do Norte.
Chega de papo, aqui eu calo-me e deixo  o(a) amigo(a) visitante deste mísero blog tirar suas próprias conclusões.
2ª Página
FONTE: Acervo Digital da Veja: http://veja.abril.com.br/acervodigital/home.aspx


[1] Primeira agência bancária de Caririaçu. Depois vieram o BEC (Banco do Estado do Ceará) que foi privatizado junto ao próprio Bradesco no governo de Lúcio Alcântara e o BB (Banco do Brasil). O Bradesco funcionou na Rua Cel.Vulpino, em frente a igreja matriz.
[2] Conta-se que Lampião e seus companheiros pernoitaram embaixo de uma árvore no caminho do Bico da Arara (na época não existia ainda aquele bairro).
[3] Ex-prefeito de Caririaçu.

sábado, 23 de julho de 2011

Show de João Kyor

26 de junho de 2011.



Domingo à noite.
Em plena festa de nosso orago (São Pedro).
Praça Pe. Augusto aglomerada de fãs.
Praça lotada, esperando a apresentação de João!
João Kyor faz um show para entrar na história dos anais da Serra de São Pedro.
A gravação deste show originará um DVD, o primeiro de um artista são-pedrense.
João resgatou a banda Cometa Azul e interpretou músicas de sua própria autoria, com destaque para Jardim Molhado do Sertão; e de outros artistas, como: Zé Ramalho, Alceu Valença, Jota Quest, e o artista que deu origem ao seu nome artístico, Belchior e sua canção Divina Comédia Humana.
Talento e irreverencia no palco!
O show teve a singela e emocionante homenagem ao músico e amigo de todos: Cicinho de Belinha, onde João cantou a música O Sol de Jota Quest.
João Kyor com seu carisma, excentricidade, irreverência e músicas que descrevem a vida e os anseios da região leva a multidão presente a um frenesi quase orgástico.
Muito provavelmente este tenha sido o ápice da festa (social) de São Pedro, um artista local embalando os agitos de seus conterrâneos!

sábado, 18 de junho de 2011

Grutinha

Por Francisco Sousa e Agnaldo França


Criada em 1966, a Gruta de Nossa Senhora de Lourdes, tem potencial para se tornar um atrativo turístico da cidade de Caririaçu num futuro não tão distante. Estando-se no local, tem-se uma visão panorâmica de boa parte da cidade e do Vale do Cariri.
Antes de esmiuçarmos um pouco da história do monumento religioso, cabe aqui relatarmos um fato, já um tanto conhecido de alguns segmentos da honrosa população são-pedrense. Todavia, mesmo assim vale como conhecimento aos néscios. O surgimento do bairro Bico da Arara, bairro onde foi erigida a construção, recebe este nome por um motivo estapafúrdio. Segundo a senhora Eremita Dantas da Silva, que reside no mesmo lar há quase oito décadas, uma arara construiu seu ninho num oco de um cajueiro que ficava ao lado da vereda que os agricultores usavam para ir ao roçado. A fim de proteger sua prole, a ingênua arara punha-se dentro de seu valhacouto e deixava apenas o bico fora do ninho quando um transeunte aparecia. Seu bico belo e inocente não tardou a chamar a atenção, as pessoas passaram a chamar o local de bico da arara, o qual perdura até os dias contemporâneos.
A Grutinha, como é mais conhecida em nossa cidade, foi construída após uma suposta intervenção divina.
Corria a década de 1960, uma mulher de nome Edite foi acometida por uma grave e dolorosa enfermidade. A medicina da época ainda obsoleta e incipiente aqui em Caririaçu não conseguiu extirpar a moléstia. Seu esposo, Donzim Caboclo[1] vendo tal sofrimento, fez uma promessa à Santa Bernadete e Nossa Senhora de Lourdes para que rogassem ao Santíssimo à cura de sua companheira e como forma de oferenda perpetraria a construção de uma capela.
Chegando a meados do ano de 1966, Edite recebeu a alvíssara de que sua chaga estava exaurida. Então Donzim ordenou a construção da ermida. Ela foi construída por seu sobrinho, que também tinha a alcunha de Donzim, e por José Rodrigues de Melo, que tinha o singelo epíteto de Zé Bico.
Erigida sobre um lajeiro, de propriedade particular, porem aberto a interessados em conhecê-la, sua arquitetura é rústica, feita artesanalmente de argamassa e rochas irregulares. No interior encontram-se algumas imagens sacras. Na parte superior externa, encontra-se uma cruz fixada, também constituída de pedras. Em frente há alguns bancos de concreto para a acomodação de fiéis e visitantes.
Anualmente ocorrem liturgias no mês de fevereiro, iniciando no dia 2 e vai até o dia 11, dia de Nossa Senhora de Lourdes. As súplicas religiosas atraem pessoas de todos os rincões da sede do município, com destaque para o próprio Bico da Arara, Cedron, Queimadas, Mestre Neco, Abílio Unias e Conjunto Santo Antonio.
Segundos os proprietários, as autarquias públicas municipais são inoperantes no que concerne a investimentos em infra-estrutura. Pois falta melhorias em iluminação, acesso, entre outros.
Aqui, alguns integrantes da turma do curso de turismo
A grutinha, como é vulgarmente conhecida, mostra a grandeza, a engenhosidade e o brilhantismo da religiosidade popular em nossa cidade.
O rochedo sobre o qual foi construída a ermida ainda é objeto de estudo da Universidade Regional do Cariri-URCA. Esse rochedo constituído de rochas cristalinas provavelmente são as pedras que primeiro surgiram na Região do Cariri.



[1] Irmão do ex-prefeito de nossa cidade Raimundo Rodrigues Sobrinho, vulgarmente conhecido como Raimundo Caboclo.

sábado, 21 de maio de 2011

Pedra do Oco!

 Por Juscilene Freitas

Distante cerca 3 km do centro da cidade de Caririaçu, encontra-se a Pedro do Oco.
Para se chegar a tal pedra, segue-se um trajeto pela Rua Carlos Morais, Mestre Neco e Avenida João David de Oliveira, passando por outro ponto turístico da urbe, a Gruta de N. Sra. de Lourdes, no início do bairro Bico da Arara. Chegando nesse bairro, pega-se a artéria João Tavares da Rocha que dá acesso ao Cedron.
Chegando próximo ao fim do Cedron, atravessa-se uma trilha ecológica de difícil acesso que oferece as pessoas um contato imediato com a natureza.
Ao atingir o cume da pedra, se tem uma visão de todo o horizonte circunjacente, vendo assim parte do território rural de Caririaçu e do Vale do Cariri.
O local fica em um penhasco composto de rochas magmáticas, com uma vegetação típica da Caatinga, destacando-se numerosos coqueiros.
Com formas irregulares as rochas proporcionam a prática do turismo de aventura, possibilitando a realização de esportes tais como: salto de pára-quedas, rapel, escalada, entre outros.
Com brisa gélida, agradabilíssima e constante, a pedra também ocasiona a prática da meditação.
Logo abaixo destas gigantescas rochas é possível encontrar pequenas veredas que dão passagem a orifícios e fissuras no interior das pedras, daí vem o nome de Pedra do Oco. Porem essas veredas é de difícil locomoção, por serem estreitas e escorregadias. Isso faz com que a caminhada fique um pouco complicada, entretanto gera um desafio ao aventureiro: o de vencer o trajeto imposto pela beleza da natureza.
Prática de rappel na Pedra do Oco!
A Pedra do Oco se constitui num dos melhores lugares para se visitar em Caririaçu, de onde se tem uma visão privilegiada, sem contar que é possível ouvir o canto dos pássaros e presenciar a esplendida beleza da nossa flora. Logo ao adentrar na trilha já é possível sentir a natureza bem próxima que provoca uma sensação enormemente agradável.
Do alto da pedra avista-se o planalto que compreende um conjunto de ondulações suaves e moderadas coberto por vegetação rasteira e arbórea, plantas que murcham quando cessa o período chuvoso.
Todas as pessoas que estão de visita a Caririaçu não podem deixar de visitar esse ponto turístico, pois alem de ser um lugar fantástico tem um clima aprazível tornando-se um ótimo lugar para se descansar e esquecer-se do estresse causado pela rotina diária. Destarte lá também é um lugar terapêutico.

sábado, 16 de abril de 2011

Asfalto de Caririaçu


Ao longo dos tempos as administrações reais e imperiais destacaram-se por suas obras faraônicas, como por exemplo, o Palácio de Versalhes, o Coliseu romano, o Taj Mahal na Índia, entre outras mundo afora. Destarte, a construção destas era a principal volição dos gestores ambiciosos em ter seu nome lembrado na posteridade.
No entanto, na contemporaneidade a prática desta astúcia não é mais viável como em tempos passados. Entretanto sempre que possível os intendentes esforçam-se para fazer construções imediatistas e que fiquem expostas aos olhos da população em geral, um exemplo disso são as edificações de prédios e praças públicas. Tais obras obras muitas vezes não atendem as necessidades e anseios da sociedade.
A esses tirocínios com fins eleitoreiros dá-se o nome de “progresso visual”, do próprio nome infere-se que é um de tipo de progresso que macula a realidade e ludibria as mentes dispersas. E ao que se observa parece haver uma aceitação popular de não protestar, um inconsciente coletivo de anuência; e paira no ar uma ideologia que isto é administração séria e responsável para o bem estar da comunidade. Isso é uma lástima!
Em meados do ano de 2009, Caririaçu passou um por processo semelhante com o asfaltamento das ruas Luiz Rolim, a “Rua do Cemitério”, José Joaquim de Santana, Luiz bezerra, Prefeito Luiz Morais, a “Rua Juazeiro” e antes disso já havia sido asfaltada a principal artéria da cidade, a Rua Carlos Morais ou “Rua Grande”, como preferem alguns mais vividos.
Destarte aqui é imprescindível suscitar uma pergunta: Qual a melhoria que um asfalto trás para a qualidade de vida das pessoas?
Muitas pessoas reclamam do calor cada vez mais forte e, mais grave ainda, a imprudência no trânsito. Todavia esporádicos são os indivíduos que associam esses fatos ao asfaltamento.
É sabido que asfalto em áreas urbanas não representa progresso em hipótese alguma. Muito pelo contrário, ele absorve ainda mais a incidência solar, o que faz elevar a temperatura, provoca a incivilidade no trânsito (quem está sobre um veículo motorizado é rei e soberano, dono da tese e da antítese).
No trânsito que é uma terra de ninguém e o respeito é um animal extinto, quem deveria ter prioridade eram os pedestres pois eles não comem faixa, não entram em contramão, não avançam sinal, não atropelam e o principal não ceifam vida de ninguém.
Entretanto, há quem diga que a cidade fica mais bonita e moderna. Porem a urbe perde o ambiente bucólico de cidade pequena cobrindo a pavimentação em paralelepípedos e extirpando a beleza histórica. Contudo na atualidade, poluição parece representar progresso.
Já pensou como seriam as artérias do Pelourinho ou de Ouro Preto asfaltadas? Seria a manifestação e atestado da burrice humana e uma facada na espinha dorsal da cidade.
Se discorda, comenta aí.

sábado, 19 de março de 2011

Personalidades de Caririaçu: Raimundo de Oliveira Borges


Antes de versar sobre Raimundo de Oliveira Borges faz-se mister um pequeno adendo: ele prestou os seus serviços de homem das letras, das leis e da política noutras cidades como por exemplo, Missão Velha, Tauá e com destaque para o Crato. Porem restrinjo-me em relatar as suas ações em seu querido torrão natal, Caririaçu, a eterna Serra de São Pedro!
Raimundo de Oliveira Borges nasceu, irrompeu para a glória terrena numa terça-feira, 2 de julho de 1907 no pequeno povoado de São Pedro, atualmente Caririaçu, na casa onde hoje funciona a Secretaria de Agricultura do município, Rua Carlos Morais nº 485.
Raimundo de Oliveira Borges em 1923
Prole caçula de Clemente Ferreira Borges e Maria José de Oliveira Borges. A maior parte de sua infância foi no sítio Taquari, onde seu pai possuía uma fazenda e um engenho.
Cursou o antigo primário no seu torrão natal entre os anos de 1916 e 1921 e, o secundário no Colégio Diocesano do Crato (1923), Instituto Araripe Júnior, Instituto Menezes Pimentel e Liceu do Ceará, em Fortaleza (1924 a 1926). Concluiu no Ginásio da Bahia (1927), em Salvador, perfazendo assim a escolaridade exigida na época para a inscrição no vestibular do curso superior.
Em março de 1928 ingressa juntamente com 17 cearenses na Faculdade de Medicina da Bahia, onde cursou apenas o 1º ano.
Em 1930 remaneja-se para a Faculdade de Medicina do Recife, concluindo o 2º ano médico.
Entretanto, Borges não concluiu esse curso, devido a problemas de saúde interrompeu-o e regressou para São Pedro empreendendo-se com uma pequena farmácia comprada por seu pai, a Farmácia Borges, em 1931. Um ano depois, casou-se com Iraídes Bezerra de Souza, da urbe vizinha de Lavras da Mangabeira.
Conta-se que certa vez Raimundo encontrava-se recostado à soleira da farmácia quando um transeunte o interpelou: “como vão as pílulas?” Ele então imaginou como estariam seus amigos da Faculdade de Medicina e isso incitou-lhe a fazer outro curso superior. Em 1933, ele galga o exame de admissão e matricula-se na Faculdade de Direito do Ceará e cola grau em 1937, sendo o orador da turma pela sua eloquência, versatilidade e cultura.
Principia na carreira profissional na função de Promotor de Justiça nas Comarcas de Tauá, Missão Velha e Crato. Depois de efetivado, afastou-se por motivos particulares. Foi edil no Crato e suplente de deputado estadual pelo extinto PSP (Partido Social Progressista).
Raimundo de Oliveira Borges também lançou-se candidato a prefeito de Caririaçu. Mas por capricho do destino, ele foi derrotado pelo seu oponente por míseros 4(quatro) votos. Borges atribui essa derrota a prostituição do voto.
Em 13 de maio de 1975 foi congratulado com o titulo de Cidadão Honorário do Crato.
Raimundo de Oliveira Borges foi fundador e dirigente do Instituto Cultural do Cariri e professor da Faculdade de Filosofia do Crato, a qual deu origem a URCA (Universidade Regional do Cariri).
Advogado, professor e escritor ele foi uma das mais brilhantes mentes do Cariri, tendo grande destaque no campo da Advocacia.
Em sua terra natal, a menina de seus olhos, Serra de São Pedro, Raimundo Borges criou o Gabinete de Leitura Euclides da Cunha[1], e em companhia de Raul Milton (forasteiro de Recife) e seu primo Manoel Furtado de Lacerda, o jornal O ECHO, quiçá o primeiro noticioso impresso da cidade. O jornal hebdomadário tinha o intento de divulgar os princípios democráticos e renovar o quadro político. Porem teve biografia efêmera vindo a extirpar-se já no seu primeiro exemplar.
Raimundo de Oliveira Borges desde sempre cultivou o hábito de ler e escrever, destarte ele desenvolveu uma obra invejável com cerca de 24 livros publicados, são eles: Crime de Injúria verbal (1945), Interdito Proibitório (1963), A Eloquência e o Direito (1963), A Cidade do Crato (1980), Monsenhor Doutor Eugênio Veiga (1974), Serra de São Pedro, esboço histórico (1983), Memórias, fragmentos de minha vida (1988), A presença de Euclides da Cunha na nossa história (1962), Visita de Nossa Senhora de Fátima a Caririaçu, A Árvore Amiga (1995), Euclides da Cunha e a Unidade Nacional, O Coronel Belém do Crato, um injustiçado, Eles e Eu, mensagens gratificantes, O Engenho Taquari, Síntese Histórica da Câmara Municipal de Caririaçu, O Crato Intelectual, Memória Histórica da Comarca do Crato, O Padre Cícero e a Educação em Juazeiro, Clemente Ferreira Borges, Meu Pai, Discursos Acadêmicos, Árvore Genealógica da Família Borges, Os Bispos do Crato, Relembranças Inesquecíveis, Meditações e Saudades e Reminiscências, o Meu Itinerário (2007). Este último lançado em comemoração ao seu centésimo aniversário natalino.
Dentre as suas publicações destaca-se Serra de São Pedro, esboço histórico, de 1983 com uma 2ª edição em 2007, por ela ser uma das raras fontes impressas que contam fragmentos da memória da cidade de Caririaçu. Porem em todos os outros ele faz alusão a sua Serra de São Pedro. Serra de São Pedro, era assim que ele chamava e queria que fosse o nome oficial da cidade de Caririaçu.
Para amargura de todos os conterrâneos e irmãos caririaçuenses, companheiros caririenses e porque não povo cearenses, às 14h do dia 27 de janeiro de 2010 é ceifado pelo anjo da morte para medrar os anjos do éden, Raimundo de Oliveira Borges, no nosocômio São Miguel de Crato, o Mundinho, como era conhecido pelos familiares e amigos próximos ou Dr. Borges, na ambiência profissional. Faleceu aos 102 anos e encontrava-se lúcido e em plena atividade intelectual, “morrendo assim como cidadão que estava vivo”, produzindo, sendo útil a sua querida gente e não definhando sobre um catre.
A Câmara Municipal de Caririaçu criou a medalha Raimundo de Oliveira Borges, toda cunhada em bronze para condecorar personalidades que se destacam na contribuição para o desenvolvimento  da Serra de São Pedro.

Referências bibliográficas:
BORGES, Raimundo de Oliveira. Serra de São Pedro Município de Caririaçu (Esboço Histórico). Tipografia e Papelaria do Cariri, Crato 1983.
BORGES, Raimundo de Oliveira. Reminiscências: O Meu Itinerário. ABC Editora, Fortaleza, 2007.
OLIVEIRA, José Jezer de. Raimundo Borges morreu enquanto estava vivo. Disponível em http://www.casadoceara.org.br/index.php?arquivo=pages/blog/perfil_jezer/e0410.php Acessado em: 03/12/2010.



[1] Uma tentativa de libertar a vila de uma enorme teia de ignorância e ausência de intelectualidade. Ele escrevia para as editoras pedindo doações de livros. Criou-se um galpão que era aberto todas as noites para aqueles que se interessassem e tomassem gosto pela leitura. Porem algum tempo depois a instituição ruiu, Raimundo Borges acreditava que isso aconteceu devido a sua ausência da cidade e a politicagem, essa agrura que sempre assolou Caririaçu.

sábado, 5 de março de 2011

A Igreja Matriz de São Pedro de Caririaçu!

A Paróquia do orago da urbe de Caririaçu teve seu nascituro em 9 de novembro de 1870, consoante a lei Provincial nº 1.362, com a denominação de Paróquia da Serra de São José.
Na época o ínfimo povoado ostentava o nome de São José, só alguns anos mais tarde é que a vilazinha passou a ser chamada de São Pedro, a célebre “Serra de São Pedro”, por motivo de que a povoação encontrava-se no cimo da serra do mesmo nome. Destarte o primeiro dos apóstolos se tornou o padroeiro da cidade.
Quando na povoação não havia nenhuma capela, as celebrações católicas aconteciam em casa particular, onde hoje funciona a Câmara dos Edis, realizadas pelo padre cratense Manoel Carlos da Silva Peixoto.
Porem esse mesmo padre projetou uma pequena capela em 1864, sendo ele o seu primeiro curador. Ele foi sucedido pelo reverendo missão-velhense Manoel Rodrigues de Lima. O terceiro padre da capela foi João Carlos Augusto, de Lavras da Mangabeira e o quarto foi o Pe. Cícero Romão Batista. O cearense do século foi nomeado vigário de São Pedro em 21 de setembro de 1888 e tomou posse em 29 de janeiro de 1889, exerceu essa atribuição até 6 de agosto de 1892.
Nesta época ele já ostentava o seu séquito e alguns de seus seguidores igualmente subiram a “Serra”. Conta-se que havia um agrimensor responsável pela acomodação das famílias e o local onde se houve maior concentração dos fieis do “Padim Ciço” foi nas proximidades dos atuais Conjuntos Santo Antonio e Padre Vicente.
O quinto sacerdote foi o assareense Antônio Alexandrino de Alencar e o sexto, Augusto Barbosa de Menezes. Nascido em Jaguaribe, foi nomeado vigário de São Pedro em 22 de fevereiro de 1897 e tomou posse em 28 de março. Esteve na vanguarda da freguesia durante 38 anos, até a sua descida ao túmulo em 1935. Alguns dos livros de cabeceira do padre encontram-se no Museu Nogueira Machado.
O Pe. Augusto veio para Caririaçu a conselho do médico Ildefonso Correia Rolim[1] para se tratar da sua saúde já um tanto abalada. Destarte, a vinda do núncio para a Serra teve dupla finalidade: representar o clero e recuperar sua saúde. Isso é a prova cabal de que a cidade de Caririaçu foi e continua sendo um nosocômio a céu aberto encravado no sertão do tórrido Nordeste.
Depois vieram os padres Francisco das Chagas Barros, Limeira, João Linhares de Lima, Vicente Alves Feitosa, entre outros.
A simples capelinha projetada pelo padre Manoel Carlos da Silva Peixoto foi sumariamente reduzida a escombros para em seu lugar ser edificada o imponente templo da cristandade que se conhece hoje em dia.
Interior da Igreja
Assim aconteceu a projeção da igreja matriz de São Pedro de Caririaçu: numa tardinha como qualquer outra do ano de 1918, passa pela vila de São Pedro um engenheiro civil com destino ao Crato. Só que na tal vila não havia hospedagem e o viajante foi informado que o padre Augusto poderia lhe hospedar durante o pernoite. Assim foi feito e o engenheiro e foi recebido polidamente pelo sacerdote. Na manhã seguinte o engenheiro interpelou o locador quanto lhe custaria à hospitalidade, o padre falou-lhe então que os seus serviços não eram pagos com dinheiro e então o forasteiro ofereceu-lhe os seus serviços. O padre não perdeu tempo e aproveitou a oportunidade e pediu-lhe uma planta de uma igreja que ele pretendia erigir no lugar da simples e acanhada capela. Os dois se dirigiram ao local, fizeram as medições e o engenheiro foi embora em direção ao seu destino. Cerca de um mês depois ele enviou a planta do templo ao padre.
Para o dispendioso labor foi criada uma comissão para dar encaminhamento aos trabalhos. Ela vez por outra perpetrava alguns folguedos para angariar recursos. Estavam na vanguarda dessa comissão, Afonso de Oliveira Borges[2] e Carlos José de Morais, ambos respectivamente seriam prefeitos da cidade (o primeiro em 1935 e segundo de 1936 a 1947) e, também Raimundo Correia de Araújo e o tesoureiro Ildefonso Rolim.
João Marques, pedreiro, cavou e encheu os alicerces e mestre Sebastião erigiu o resto da alvenaria.
Todo o material usado no templo foi fruto de doação, como por exemplo, a madeira do teto foi doada pelo Cel. Francisco Botelho Filho[3] e das portas José Gomes do Sítio Constantino. Essas madeiras, os tijolos e telhas foram carregados pelo povo e em animais. Contudo as portas foram feitas por José de Freitas, da cidade de Barbalha, cobrando cem mil réis cada.
Altar-mor da igreja
A labuta iniciada em 1920 e procrastinou-se até 1925.
Há na igreja duas estátuas de São Pedro, uma pequena levada em charola nas procissões comemorativas do orago da urbe de Caririaçu e, outra imóvel, fixada no altar-mor do templo. Esta última encerra uma curiosa história. Sua chegada à Serra de São Pedro aconteceu nos anos 20 do século XX. Ela foi adquirida pelo Pe. Augusto em Paris, capital francesa. A estátua foi trazida pela Estrada de Ferro de Baturité[4], todavia chegando lá só havia uma maneira de transportá-la até Caririaçu, por causa de seu tamanho, peso e distância de 180 km. E esta maneira seria nos ombros de homens. Isto não foi nenhum óbice, pois logo varões se dispuseram para perpetrarem a empreitada.
Praça Pe.augusto e  Igreja de São Pedro
A imagem foi recebida com muita folgança, entretanto com um fato estapafúrdio que vale ser lembrado: a imagem tem seu braço direito desmontável e veio separado do resto corpo. Quando foi aberto o ataúde onde se encontrava a estátua veio à surpresa, ela estava sem o braço. Os adultos lamentaram com os olhos marejados e as crianças pilheriaram: São Pedro é cotó. Porem o braço estava noutro caixão e não podia vir fixada ao ombro por causa da sua posição. Elucidada a questão, o alívio foi tremendo e os folguedos prosseguiram.
Hoje em dia a matriz continua imponente, bem centro da nossa e é o principal cenário para as manifestações clericais na cidade de Caririaçu. Um fato observável e curioso é que todas as artérias que dão acesso a igreja são inclinadas. Não é sabido o motivo da escolha desse local para o empreendimento, quiçá seja fruto do intelecto do padre Manoel Carlos da Silva Peixoto, com a mira de aproximar o poder terreno da igreja e seus seguidores com a Divindade.


[1] Um dos peritos que examinou os panos ensangüentados que foram usados para limpar as hóstias que teriam virado sangue na boca da beata Maria de Araújo. Ele também era pai de Ildefonso Rolim, interventor da urbe na Revolução de 30.
[2] Irmão do ilustre advogado e escritor Raimundo de Oliveira Borges.
[3] Administrador da Fazenda Boris, Localizada na Serra Verde.
[4] Primeira ferrovia do Ceará, ela ligava o interior ao porto de Fortaleza.

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Como surgiu o blog?

No final do ano de 2010, mais precisamente durante o período que compreende os dias 29 de novembro a 10 de dezembro, aconteceu no colégio São Pedro um curso denominado Turismo Regional, com o intento de desenvolver e potencializar a indústria do turismo na cidade de Caririaçu.
Como sugestão para o acontecimento de tal fato, um dos orientadores do curso, o Prof. Cunha, propôs aos cursandos para elaborarem um pequeno texto descrevendo histórico-fisicamente pontos da cidade que eles considerassem turisticamente viáveis. Depois compilar-se-ia esses escritos e faria um livrete.
Todavia, nem todos abraçaram a ideia e poucos foram os que realmente fizeram o que lhes foi incumbido. Mas o plano do livro ainda nutria-se na mente de alguns ávidos para esmiuçar as qualidades da Serra. Foi então que uma amiga e também participante do curso fez a benquista moção do blog. E este apresenta algumas vantagens, como por exemplo, não precisa ser feito e elaborado a um só tempo e proporciona acesso ilimitado, alem disso pode-se depois confeccionar uma obra literária com as postagens.
E esta é a ideia concernente desta página na rede mundial de computadores: resgatar o passado de alguns pontos da nossa “polis”, mostrar as suas potencialidades, e porque não sugestionar propostas às autarquias de nosso querido Caririaçu, visto que o turismo e o entretenimento serão os grandes negócios de um futuro que se avizinha, principalmente aqui que logo contará com o advento da CE-385, a famigerada Rodovia Pe. Cícero.